Pouco depois das 19h00 de terça feira 7 de maio estávamos a sair de
Bonito no autocarro conduzido pelo nosso Jesus, para uma viagem de 300
km até ao já nosso conhecido Aeroporto de
Campo Grande. Uma noite,
madrugada e manhã naturalmente cansativas ... mas antes das onze da manhã do
dia 8 estávamos a descansar no
EcoCataratas Resort, muito próximo do aeroporto de
Foz de Iguaçu.
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As Cataratas do Iguaçu vistas do voo, 08.05.2024, 09h35
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Quando, há mais de um ano, começou a surgir este "sonho pantaneiro" ... sugeri
de imediato ao
staff organizador - Irene e Alice - que se incluísse as
cataratas do Iguaçu. Afinal, em Bonito estávamos a menos de 800 km ... o que à
dimensão do Brasil é perto. E assim foi, a "
Bravo Brazil" tratou de toda a logística, e quando desembarcámos em Foz de Iguaçu
tínhamos já uma Ana Paula à nossa espera e um autocarro ... que nesse dia nos
levou para o merecido descanso no Hotel.
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Parque das Aves, Foz de Iguaçu, 09.05.2024, 09h00 ... onde não há só aves...
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Tínhamos dois dias dedicados às maravilhas de Iguaçu. Um foi dedicado ao lado
brasileiro do rio e o outro ao lado argentino. Na língua tupi-guarani,
Iguaçu significa "água
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Cataratas do Iguaçu, 09.05.2024, 11h55 ...
... em dia de
muita chuva...
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grande" ("y", água + "ûasú", grande) ... topónimo bastante apropriado, tendo
em conta as cataratas descobertas em 1541 por Álvar Núñez Cabeza de Vaca.
As
Cataratas do Iguaçu
contam-se entre as maiores do Mundo, com uma impressionante largura de 2,7 km,
entre o Brasil, na margem direita do rio, e a Argentina, na margem esquerda.
Poucos quilómetros mais à frente, o Iguaçu desagua no enorme
Rio Paraná, que por sua vez faz fronteira com o Paraguai. Havíamos de
terminar o nosso périplo precisamente no "
Marco das Três Fronteiras".
Como ainda não tinha chovido ... o dia brasileiro foi o único dia de chuva
quase ininterrupta, mas como diz o próprio
site, faça Sol ou faça chuva as cataratas são sempre impressionantes!
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A espectacularidade das Cataratas do Iguaçu do lado brasileiro,
mesmo em dia de muita chuva, 09.05.2024
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Segundo a mitologia dos índios guainás, o mundo era governado por Mboi, um
deus-serpente gigante, filho de Tupã, que vivia no fundo das águas do rio
Iguaçu. A lenda conta que Igobi, o cacique da tribo, tinha uma filha de
extraordinária beleza chamada Naipi, que foi consagrada a Mboi. No entanto, um
jovem guerreiro da tribo, Tarobá, apaixonou-se por Naipi e fugiu com ela numa
canoa durante a festa da consagração. Mboi, furioso com a fuga, retorceu-se
nas entranhas da terra, criando uma imensa fenda que deu origem às cataratas!
Naipi foi transformada numa rocha e Tarobá numa palmeira à beira do abismo,
ambos eternamente vigiados pelo deus-serpente.
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Um pouco mais a montante ... pouco antes da fenda criada pela fúria de
Mboi...
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Depois do almoço, havia que tomar uma importante decisão: participar ou não
numa 'coisa' chamada ... "
Macuco Safari". Na véspera, todos havíamos dito à nossa guia Ana Paula que iríamos.
Depois, com a chuva ... todos dissemos que não valeria a pena,
não íamos ver nada. Depois ... a noiva do grupo disse que ia ela, nem que
fosse sozinha ... e depois ... acabámos por ir 12 "aventureiros"... 😂
Mas o que é o "
Macuco Safari"? É um passeio que começa por descer até à margem do rio ... e depois de
barco desde aí até por baixo mesmo das quedas de água. Digo-vos que vivi
(vivemos) uma das aventuras mais radicais e emocionantes da minha vida... 😛
É impossível descrever a sensação de entrar, por três vezes, debaixo daquela
enorme massa de água; e não há fotos nem vídeos que mostrem a adrenalina que
se apoderou de nós. Chovia copiosamente ... mas ali o que contava não era a
chuva ... e pelo meio do som estrondoso da água ... só se ouvia a Noémia e
depois todos a cantar ...
Encharcados até aos ossos, mas saímos de lá felizes ... quais gaiatos e
gaiatas a quem deram a possibilidade de gritar, saltar, correr. Mas a mais
velha das gaiatas ... vai a caminho dos 79 anos...!
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Fronteira Brasil / Argentina, 10.05.2024, 08h35 - Estávamos a 1600 km
de Buenos Aires...
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Sexta feira, 10 de maio, era o dia argentino da nossa visita a
Iguaçu ...ou
Iguazu. À boa maneira das antigas fronteiras na
Europa ... levámos cerca de três quartos de hora para avançar, com os
passaportes carimbados. Não fomos ao Paraguai, mas estávamos a sensivelmente
350 km da respectiva capital, Assunção ... e a cerca de 1600 km de Buenos
Aires. O nosso destino era bem mais perto: a margem esquerda do rio Iguaçu e,
portanto, a percepção das cataratas pelo lado argentino.
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Arco-íris sobre as cataratas, 11h50
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Como as fotos acima mostram, o dia 10 esteve bem diferente do dia 9.
Particularmente durante a manhã, em que estivemos na Argentina, houve Sol e
céu azul ... o que torna difícil a resposta à clássica pergunta: é mais bonita
a visão das cataratas do lado brasileiro ou argentino? Do lado brasileiro, a
chuva impediu saborear melhor as panorâmicas, o debruçarmo-nos sobre a
dimensão daquela obra da Natureza, mas, à parte a meteorologia, a minha
percepção foi que, do lado argentino, temos uma melhor visão global, uma mais
vasta compreensão da imensa largura e quantidade de quedas.
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Também estávamos no reino das borboletas ... e dos
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coatis, que vinham comer das mesas e dos caixotes 😁
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Regressámos ao
Iguaçu brasileiro para o último almoço
do
tour, com ligeiramente menos tempo na fronteira. Estávamos a
queimar os "últimos cartuchos". Mas o último, último ... ainda bem que
consegui cativar quase todo o grupo para terminarmos no "
Marco das Três Fronteiras", local icónico sobre a Foz mesmo do
Iguaçu, onde se celebra a união
entre os povos e se recordam as missões jesuítas que escreveram a história dos
três países que ali confluem: Brasil, Paraguai e Argentina!
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Marco das Três Fronteiras, na Foz do Iguaçu. À direita, do lado de lá do rio
Paraná, é Paraguai, ligado ao Brasil
pela grande ponte que
se vê na penúltima foto. À esquerda, do lado de lá do Iguaçu, é
Argentina
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Ali, sentimo-nos intérpretes do filme "
A Missão", com Robert de Niro. E para fechar com chave de ouro, assistimos a um
espectáculo de música e tradições dos três países ... que aliás começou pela
recriação da lenda das cataratas contada mais acima nesta crónica. Fabuloso!
Para final deste périplo não podia haver sítio mais indicado!
E ... estávamos no fim. O dia 11 já seria o do ao mesmo tempo rápido e lento
coming home. Foz de Iguaçu - Campinas à hora do almoço ... Campinas -
Lisboa em voo nocturno de quase dez horas ... mais a diferença horária de 4
horas ... e chegada a Lisboa quase às oito da manhã do dia 12.
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Um adeus ao rio Iguaçu, ainda com as cataratas ao fundo
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E uma "trupe" de "gasparito(a)s" a caminho de casa...
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O que dizer mais? Dizer que, se há episódios Vividos que perdurarão para
sempre nas memórias ... estas duas semanas ficarão gravadas assim como que
uma viagem ... para um outro mundo! Três locais diferentes ... três tipos de
Vivências ... mas todos e todas interligada(o)s pelo elemento Natureza ...
pela dimensão ... pela Amizade ... pela vontade inquebrável de levarmos algo
desta Vida. Fomos e somos ... um grande grupo de Amigos! Entre os 21
estávamos nós dois, a arraiana e o arraiano adoptado, estavam Amigos de há
poucos anos ... estavam Amigos de há 22 anos (quando entrei para a "família"
Gaspar Correia) ... estava a Irene, co-organizadora e Amiga de há quase 50
anos ... e estavam Amigos / Irmãos ... Manos "velhos" ... de há mais de 50
anos.
Um grande obrigado a todos por estas duas semanas de Festa da Vida ... mas
um obrigado especial à Irene e à Alice, as duas mentoras e "fazedoras" desta
"aventura pantaneira". Bem hajam!
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