sábado, 12 de maio de 2012

Cores e brilhos de Maio nas terras de Vale de Espinho

Quando em Março passado aqui estive em Vale de Espinho - quando descobri as histórias da Coba Grande e das Guisias - testemunhei os efeitos da prolongada seca que foi o inverno de 2011/2012.
Vale de Espinho, 10.05.2012 - A caminho das Veigas
Agora, a passar de novo mais de uma semana nestas "minhas" terras raianas, testemunho extasiado o milagre da vida, os efeitos benfazejos das chuvas que, em Abril, caíram quase sem interrupção, alimentando rios e ribeiros, transformando os lameiros em viçosos campos de um verde cheio de esperança, a esperan-ça no ressurgir da vida que desponta nesta Primavera, tardiamente, mas com o encanto que só a Natureza sabe e pode oferecer.
O chamamento falava portanto bem alto dentro de mim. E respondi ao chamamento através de duas pequenas caminhadas, ontem e anteontem ... que me levaram ao paraíso das margens do Côa, na área de Vale de Espinho.

10.05.2012 - A moldura e o galho encenam o "portão" do lameiro das Veigas ... com memórias perdidas no tempo
Entre estas duas imagens há 39 anos de permeio!
Lameiro das Veigas, 19.04.1973
Côa, 11.05.2012 - Espelho de vida, reflexos e reflexões, claustros de recolhimento...
Em termos pedestres, nem poderei chamar caminhadas a estes dois passeios. Foram jornadas de descanso à beira rio, de meditação, de introspecção. No verde dos lameiros,  ao som das águas do Côa
"Tudo aquilo que vejo, levo comigo,
e é meu! " (António Mousinho)
e do cantar alegre da passarada, eu sentia-me fazer parte deste mundo natural. Como um grande amigo comentou na foto à direita ... "Tudo aquilo que vejo, levo comigo, e é meu! ".
Açude junto ao moinho da "Nozeira", 11.05.2012
Junto ao velho Moinho da "Nozeira" - que foi de familiares da minha pequena arraiana - deixei-me levar pela porta aberta do velho abrigo, junto ao rio. Uma porta aberta para o paraíso ... mas também uma porta aberta para uma viagem no tempo, a viagem ao passado daquelas pedras e das vidas que as mesmas viram passar. Uma viagem contada também pela abandonada pedra da mó, ou pelo carcomido braço da "burra" de tirar água, coberta de líquenes e de memórias.
"Burra", ou picota, junto ao Moinho da Nogueira (ou "Nozeira"), 11.05.2012
"E as águas continuam na corrida, Côa abaixo, sem um
aceno para quem as contempla!" (António Mousinho)
Bom dia, meus bons amigos!
Vida que nasce e se renova!
Nesta saudação à Primavera, não podia deixar de visitar um dos locais para mim mais mágicos em terras de Vale de Espinho, o Moinho do Rato. O local mágico já tantas vezes referido neste blog, onde nos damos conta de envelhecer ... "a ver envelhecer estas pedras que não envelhecem".
"E de repente damo-nos conta de envelhecer, a ver envelhecer estas pedras que não envelhecem" (Sérgio Paulo Silva)
Moinho do Rato, 11.05.2012
Das margens do Côa subi ao Cabeço do Colmeal, para depois descer ao vale da ribeira do Alcambar. A giesta branca já pinta estas encostas, a amarela começa agora timidamente a despontar.  E cheguei a casa com pouco mais de 10 km percorridos nos dois dias ... mas com mais de 200 fotografias das cores, brilhos e reflexos, da vida que a água trouxe às terras do Côa e de Vale de Espinho!

Vale de Espinho, do Cabeço do Colmeal, 11.05.2012
Ribeira do Alcambar
Alcambar - a estrada
que nunca acabou
Alcambar - água, fonte da vida
O Côa na Ponte Nova, Vale de Espinho, 11.05.2012
Segue o álbum completo da selecção de fotos. Selecção que apesar de tudo ... tem mais de 100 imagens!
      

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