segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Regresso ao Gerês e à Serra Amarela (2)
26 de Novembro

Depois da caminhada solitária de sexta feira, sábado era o grande dia de conhecer a White Angel, de rever o Narciso e o Vítor, de conhecer os outros amantes do Gerês, tal como relatei no post anterior. Conforme previamente combinado, às 8:30h estava junto à ex-Bracalândia, em Braga ... e de
Serra Amarela, 26.11.2011
Obrigado White Angel !
uma meia dúzia que pensei que fôssemos vejo chegar 15 participantes para a jornada de montanha. Logo ali me senti "em casa", sentindo o calor de uma amizade nascida nas malhas das redes sociais e dos blogues, ligados por uma paixão comum: o Gerês! Obrigado a todos, mas um obrigado muito especial à Dorita (aka White Angel), por ter sido o elo de ligação e pela confiança em incluir-me neste grupo, que adorei sinceramente. Tive pena de não conhecer alguns outros apaixonados e apaixonadas pelo Gerês que não puderam estar. Tive pena que a minha "cabritinha", companheira de tantas fragas e pragas tantas vezes vividas, também não pudesse ter ido. Mas esta primeira partilha foi seguramente ... apenas a primeira.
Portela do Homem, 26.11.2011, 9:50h
E partimos, nos carros disponíveis ... rumo ao Gerês e à Portela do Homem. Só então soube mais ou menos o percurso que íamos fazer, na Serra Amarela. Ao longo da cumeada fronteiriça, ora do lado português ora do lado galego ... ia ser uma caminhada muito semelhante à que fiz sozinho em Maio de 2010 e onde guiei a minha "família" Caminheira em Junho também de 2010. Mas uma caminhada vale pela caminhada em si, pelos trilhos e pelas fragas que trilhamos, pela comunhão com a Natureza, pela catarse que aquela nos proporciona ... mas uma caminhada em grupo vale também, e muito, pelo são convívio e camaradagem, pelas amizades que se estabelecem e fortalecem, pelo enriquecimento que essa amizade e essa partilha nos dá. E foi esse são convívio, amizade e partilha que encontrei e vivi neste sábado! O facto de já conhecer a maior parte do percurso que fizemos, em nada diminuiu a alegria e o bem estar que senti, partilhando uma paixão comum, com pessoas que, nalguns casos, me parecia conhecer há anos, lendo nelas sensações e emoções idênticas às minhas, à minha ligação ao Gerês, à Natureza em geral, aos horizontes largos, aos "paraísos perdidos" que ainda nos restam.
Pouco antes das 10h estávamos a subir o estradão do Cabeço de Palheiros e da Chã da Broca. A bom ritmo, meia hora depois estávamos a passar a linha de fronteira e a entrar na Galiza. Os marcos fronteiriços do 63 ao 60 marcaram a progressão ... com o 60 no cume da Cruz do Touro. Para trás ficava a panorâmica do vale do alto Homem e da barragem de Vilarinho das Furnas, com o Pé de Cabril a dominar ... e a recordar-me que um dia antes tinha lá estado no alto.

Barragem de Vilarinho das Furnas vista do Cortado do Calvo
Dois blogueiros apaixonados pelo Gerês... J
No "ataque" à Cruz do Touro
A Cruz do Touro ficou para trás...
Progredindo para poente, em direcção à Louriça, era meio dia quando parámos nas Eiras, à vista do vale do Rio Cabril e do Ramisquedo. A paisagem que eu conhecia, de pouco antes do trágico incêndio de 2010, já não era a mesma, mas a serra felizmente já foi recuperando um pouco a sua riqueza e a sua beleza ... enquanto as mãos criminosas não destruírem de novo os paraísos que alberga.
Só dali saímos ... às 4 e meia da tarde! Mais de quatro horas de um almoço frugal, também ele partilhado, mas também e fundamentalmente de comunhão com a montanha, com as amplas panorâmicas que nos envolviam, num dia de esplêndida visibilidade. A nascente, o vale do Homem; ao fundo via-se a Nevosa, mais ao fundo a Fonte Fria. Para norte, o vale do Lima, as povoações galegas a nascente e as já lusas a poente, com o morro imponente da castreja Pena de Anamão a destacar-se no horizonte. O poente, dominado pela Louriça, num poente que prometia o espectáculo a que viríamos a assistir. E, a sul, a encosta que desce para Vilarinho, com o Pé de Cabril do lado de lá do vale.

Convívio, amizade e alegria,
numa envolvência deslumbrante
Três elementos de uma "longa história" de há 3 anos... J
... com a White Angel que agora os abençoa...
Ao fundo vê-se a Nevosa
Que melhor convite pode haver ao sonho e à meditação?...
Mas aquelas 4 horas foram também de convívio, de brincadeiras, de partilha de saberes, de construção de amizades, de entrega, de dar e receber; e ... até houve quem jogasse às cartas! Quando saímos, sabíamos bem que o regresso iria ter uma componente nocturna, componente que foi um espectáculo de cores, num magnífico pôr do Sol sobre a barragem de Vilarinho das Furnas. Esta descida das Eiras foi o único troço da caminhada que eu pessoalmente não conhecia: ao contrário de 2010, descemos directamente para o final do estradão inacabado da encosta sul da Serra Amarela, o que nos permitiu avançar depois a bom ritmo. Ao longo do estradão, de regresso à Portela do Homem, sucederam-se os muitos momentos de contemplação, de fotografia, primeiro com as cores e as sombras do pôr do Sol, depois com a noite cerrada que nos cobriu durante ainda uns bons 20 a 30 minutos. Eram 18:15h quando todos estávamos de novo reunidos na Portela do Homem.

E vamos
regressar
O grupo completo desta jornada: os 16 elementos humanos, com o elemento canídeo, igualmente excelente caminheiro!
E o dia declinava, com o Pé de Cabril sempre a dominar-nos
Barragem de Vilarinho das Furnas
Portela do Homem, 18:20h - Em fim de caminhada, uma lição de constelações
Serra Amarela, com o CMB
(álbum completo)

E este belo sábado chegou ao fim, não sem uns momentos finais de convívio, num café junto às pontes de Rio Caldo. Depois, foi o regresso a Braga e as despedidas. Mas não foi seguramente um adeus ... foi só um até breve! Mais uma vez ... obrigado companheiros! Um dia, qualquer dia, voltaremos a caminhar juntos no Gerês ... ou onde a montanha, o verde, os sons do silêncio nos levarem!

domingo, 27 de novembro de 2011

Regresso ao Gerês e à Serra Amarela (1)
25 de Novembro

"A vida afectiva é a única que vale a pena. A outra apenas serve para organizar na consciência o processo da inutilidade de tudo."
Miguel Torga
Regressado há dias das minhas terras adoptivas da raia Sabugalense ... acabo de passar dois dias espectaculares nas minhas outras terras do Gerês.  E,  porque  "a vida afectiva é a única que vale a
Serra Amarela, 26.11.2011
pena", conheci ontem a amizade e a afectividade de outros, tal como eu, apaixonados por este "Reino Maravilhoso".
Na minha autonomia de Maio passado, cruzei-me com os responsáveis pelos blogues "Carris" e "Portugal Nature". Com o "Orion", que partilha com a "Lírio" as "aventuras da "Cabra do Gerês", tivemos um providencial encontro na Ponte das Servas, numa outra autonomia que fiz em Junho, com a minha "cabrita" de tantas e tantas fragas e pragas percorridas. Para além destes, há meses que partilho também regularmente experiências e aprendizagens,  essencialmente   com   as   responsáveis   pelos   blogues
"Espírito da Montanha" e "Alma de Montanhista". Tinha que as conhecer pessoalmente, caminhar com elas e com os amigos e amigas com quem caminham ... e que extraordinário grupo vim encontrar.
E assim, ao fim de quase 40 anos de paixão pelo Gerês, de trilhos percorridos a solo, com alunos, em família ou guiando a minha "família" Caminheira, este sábado trouxe-me o convívio e a amizade de quem conhece o Gerês muito melhor do que eu, que respira o amor pela montanha ... "esse Amor que me leva na busca incansável dessa Alma perdida que se encontra lá… Esse amor que de todas as vezes que se lá vai… dá… só dá… porque é na dádiva que a gente mais sente prazer…" (White Angel). E como se estas aliciantes não bastassem, vim a reencontrar também, neste magnífico grupo, dois outros amantes
Vila do Gerês, 25.11.2011, 8:50h
do Gerês que conheci em 2008, na serra, em circunstâncias "tragicómicas" que descrevi no meu blogue retrospectivo. Quer dizer ... para um deles as circunstâncias não foram nada cómicas...! Membros do Clube de Montanhismo de Braga, como vários outros da caminhada de ontem (incluindo o respectivo presidente), aqui fica de novo o meu sincero agradecimento e reconhecimento, a eles e ao Clube. Escrevi então que "Ainda um dia voltaremos a caminhar juntos no Gerês ... esperemos que em melhores condições... J".  Esse  dia  chegou  ontem!
Sexta feira, 25 de Novembro
Recuemos a antes de ontem, sexta feira. Já que vinha ao Gerês, para me encontrar e caminhar ao lado de outros amantes do Gerês ... fazer só uma caminhada era demasiado gasto para pouca comunhão com estas serras mágicas. Se algun(ma)s outro(a)s me pudessem acompanhar na 6ª feira, tanto melhor; mas não foi possível. Através da White Angel acertámos as agulhas para sábado ... e eu saí de Lisboa no autocarro das 0:30h de 6ª feira! Às 8:30h da manhã estava nas Caldas do Gerês!
Na minha paixão pelo Gerês, imperdoavelmente nunca tinha subido ao emblemático Pé de Cabril. Foi esse, assim, o objectivo da minha caminhada solitária de sexta feira. A partir de Leonte, "conquistei" assim mais um trunfo no "meu" Gerês. E subir ao Pé de Cabril é qualquer coisa de fabuloso! Os horizontes vão-se abrindo à medida que subimos, mas é o troço final que mais empolga, até ao cume (ou melhor, aos dois cumes, lado a lado) daquelas fantásticas penedias.
Pé de Cabril, aí vou eu... J
Prado do Tirolirão
Para atingir o trilho que sobe ao cume do Pé de Cabril, quase rastejei através de estreita fenda entre penedos, tipo gruta. E os dois cumes atingem-se com o recurso a estratégicos degraus de ferro cravados na rocha, por vezes considerados a única via ferrata portuguesa. No cume mais alto (1235 metros de altitude) ... Nª Srª de Fátima e os pastorinhos, em azulejo na rocha, abençoam os "aventureiros" que ali chegam ... e as fabulosas panorâmicas que dali se divisam!
Como em tantos outros lugares, somos pequenos ante a imensidão e a grandeza da Natureza.

"Passagem secreta" para o resto do trilho de acesso ao Pé de Cabril
Cume do Pé de Cabril (1235m alt.)
Não é possível a fuga ao chamamento e ao sonho...
No Pé de Cabril, abençoado pela Sra. de Fátima
Barragem de Vilarinho das Furnas, do Pé de Cabril

Mas o Pé de Cabril tinha de ficar para trás
Do Pé de Cabril rumei aos Prados e à Junceda. Há quantos anos não ia à Junceda! E quanta beleza ainda naqueles prados, cruzando charcos e regatos, bordejando as encostas que, ora davam para o vale do rio Gerês, ora para terras de Covide e de S. João do Campo, serpenteando também parte do trilho da Silha dos Ursos e entrando no denso bosque da Junceda.

Prados
Bosque e Casa da Junceda
Bosque junto à Casa da Junceda ...
... e falta descer para o Gerês
A descida da Junceda ao Gerês fi-la pelo trilho directo, abaixo do Miradouro da Junceda. Mas ... é uma boa prova de resistência aos joelhos e à estabilidade nos muitos blocos de rocha solta e troncos.

Dois aspectos do "trilho" que
desce da Junceda à vila do Gerês
Dois aspectos do "trilho" que desce da Junceda à vila do Gerês
Antes das 16:00h estava no Gerês ... e no dia seguinte de manhã (ontem) era o grande dia de conhecer a White Angel, de rever o Narciso e o Vítor, de conhecer os outros amantes do Gerês. O respectivo post virá em breve... Para já, fica o álbum completo e o percurso da "aventura" de sexta feira.

Gerês: Pé de Cabril - Junceda
(álbum completo)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

No reino da água e da pedra...

Uma semana no meu "retiro" de Vale de Espinho! Dias que alternaram entre Sol e chuva diluviana. Chuva benfazeja, que alimenta e revigora os campos ressequidos do verão e de um Outubro escaldante! Sol que ilumina as "minhas" paisagens arraianas, que aquece e alimenta as almas, que dá cor às folhas
Côa que levas as águas...     Vale de Espinho, 18.11.2011
dos castanheiros, que brilha sobre este "reino" da água e da pedra. Como que num permanente desafio, a um dia de Sol seguiu-se um dia de chuva, e assim se foram alternando ... e convidando-me a palmilhar as terras já mil vezes palmilhadas.
Num crescendo de êxtase e de distâncias, no dia seguinte a chegar tinha de ir logo ver o meu rio, o meu Côa, correndo célere e cantando de alegria, inundando os lameiros, rejubilantes de verde. A açude junto ao Moinho da Nogueira estava imponente; e dela desci o rio até àquele que é talvez o mais belo recanto do Côa em terras de Vale de Espinho: o Moinho do Rato. Não sei já quantas imagens tenho dele, mas cada imagem tem uma cor diferente, uma nova perspectiva, um cantar diferente das águas. Ali, conforme já noutro artigo citei ... "de repente damo-nos conta que envelhecemos, a ver envelhecer estas pedras que não envelhecem" (Sérgio Paulo Silva).

Moinho do Rato, Vale de Espinho, 20.11.2011
"E de repente damo-nos conta que envelhecemos, a ver envelhecer estas pedras que não envelhecem" (Sérgio Paulo Silva)
Anteontem - depois de um dia de chuva diluviana - e depois de uma pequena volta de bicicleta, à tarde rumei aos Urejais, aqui entre Vale de Espinho, Soito e Quadrazais, numa caminhada de 13 km … que acabei já de noite… :). Os Urejais (ou "rejais", na gíria popular de aqui) é outro "reino mágico". A ribeira que lhe dá o nome fica em muitos verões completamente seca, mas enche-se de águas límpidas assim que as chuvas voltam, salta e canta entre os penedos, formando belas cascatas e poços convidativos ao mergulho ... não fora a gélida temperatura das águas. O melhor e mais bonito caminho para aceder aos Urejais é pelo carvalhal que desce atrás do marco geodésico de Vale de Espinho, vestido agora com as cores de Outono. Depois, é subir a ribeira até ao caminho velho do Soito, ao longo das quedas e escutando o cantar das águas turbulentas. Nesta altura, o caminho velho do Soito é ele próprio rio, obrigando-nos também a nós a saltitar, a escolher bem a "terra firme". Quanta labuta e quantas histórias aqueles "chãos" e aqueles lameiros conheceram!

Caminho do carvalhal, para a ribeira dos Urejais  >
Ribeira dos Urejais, saltitante, 20.11.2011
Nova vida que brota
E o céu que ameaça desmoronar-se...
Caminho velho do Soito ...
onde a ribeira dos Urejais invade os caminhos
Atravessando a ribeira onde ela me deixou, passei para os cabeços, os Urejais dos barrocos, o "reino" da pedra, a terra da mula encantada, do barroco do sino, das grandes panorâmicas que vão para além de Quadrazais e do Soito. Por alturas do Cabeço do Mocho o Sol começou a recolher ... e assisti a um espectacular pôr do Sol por entre os barrocos e as giestas. Chegando ao Côa, o brilho das águas destacava-se nas sombras da noite, com a serra recortando-se no céu ainda colorido pelo astro-rei.

Cabeços dos Urejais, 20.11.2011
Barroco do Padre Carlos, Urejais
No reino da pedra...
E o resto da caminhada
foi nocturna...
Novo dia cinzento e com alguma chuva, ontem, deu lugar a um dia soalheiro, hoje, embora por vezes com algumas nuvens escuras. Também o dia mais frio: quando saí de casa, às 8 e meia da manhã, o termómetro assinalava 4,5ºC. Sem um rumo muito pensado, fui andando para leste, pelo caminho de Castelo Velho e das Cortes. O Ribeiro da Presa e o Rio Gordo ... estavam ambos bem "gordos" de água. E à medida que subia aos Entremontes, fui esboçando o rumo: ia à Serra Alta, sobre os Foios, saudar o Xálima, já em terras dos hermanos (a nossa Serra da Enxalma), para depois regressar ... pelas Fontes Lares.

Caminho de Castelo Velho, 22.11.2011, 8:50h ... 4,6ºC
Lameiros do Ribeiro da Presa
Quando o Rio Gordo invade os caminhos
Dois fieis amigos...
Lameiros do Rio Gordo
Vale Covo, Foios, 22.11.2011
Cruzar o Vale Covo foi "problemático", com grandes lençóis de água a obrigar a sair e a reentrar do caminho. Mas ao ganhar altura, subindo a Serra Alta, a panorâmica foi-se alargando para a Serra das Mesas, para a nascente do Côa, para a Enxalma, coberta por um capacete de nuvens. Para nordeste, a meseta castelhana e a Serra da Penha de França. Para norte, Aldeia Velha, Forcalhos, Aldeia da Ponte, Alfaiates ... e tanto mais, a perder de vista. O cimo da Serra Alta atinge os 1144 metros de altitude. Mas de há uns anos para cá estas cumeadas, como tantas outras, foram povoadas por uma estranha "plantação", de umas estranhas "árvores", bem altas e esguias, de compridos "ramos" que giram ao vento...; tudo em nome de uma energia supostamente limpa ... que de limpa e inócua tem muito pouco.

Casa abrigo da nascente do Côa, Serra das Mesas, 22.11.2011
Aldeia Velha, Aldeia da Ponte, panorâmica da Serra Alta
O Xálima (Serra da Enxalma), ao fundo
Geodésico da Serra Alta (1144m alt.), 22.11.2011
No regresso, tinha de vir pelo lugar "sagrado" das terras de Vale de Espinho nas encostas da Serra Madeira: as Fontes Lares. As histórias e as "lendas" ligadas à vida e ao trabalho dos progenitores e dos antepassados da minha boa estrela, fazem daquele lugar, das ruínas da velha casa (que um dia ainda conheci de pé), da fontinha de maravilhosa água, do barroco, da pequena presa, dos lameiros ... um lugar "sagrado"! Mas hoje, ao chegar às Fontes Lares ... quase me deu um baque de raiva e de ódio! Um bando de selvagens ali fez recentemente um "banquete", certamente comemorativo de alguma coisa, provavelmente da sua estupidez e selvajaria! À volta da fontinha, os selvagens encantaram-se certamente com a paisagem que deixaram: espalhadas por uma área considerável, o solo e os arbustos estavam "enfeitados" de latas de conserva, sacos de plástico vazios e rotos, embalagens de iogurtes, papéis...; mas como se isso não bastasse, o bacanal teve também brinde de cerveja, cujas garrafas (quatro) ... foram atiradas para a água que brota límpida da nascente. Não fotografei a "paisagem" propositadamente. Não quero recordá-la, nem mostrá-la a quem conhece aquele lugar único. E acabei por me zangar comigo mesmo por não ter comigo nenhum saco que permitisse recolher aqueles materiais. Juntei-os o melhor possível, afastando-os da água e envolvendo-os com as pedras grandes que ali abundam ... e entreguei-me depois à energia telúrica que emana do barroco "sagrado", pensando se haverá alguma desculpa e algum perdão para quem actua daquele modo. É pouco provável que os membros do bando que por ali passou leiam estas linhas ... mas, se acaso isso acontecer, espero sinceramente que nas suas casas vivam na imundície que ali deixaram.

Mais um amigo: este fez o resto da caminhada comigo!
Lameirão: ligeireza e vida!
Fontes Lares: pedras que respiram histórias e estórias
Fontes Lares: nascente
da melhor água da zona
Fontes Lares: a energia da terra emana do barroco "sagrado" ...
... e entregamo-nos à Natureza purificadora!
Adeus Fontes Lares
Vale de Espinho, do Areeiro, 22.11.2011 - Não é um adeus, é só um até breve!
Das Fontes Lares a casa "voei": 3,5 km em meia hora foi uma boa média... :) Tinha feito 17,5 km nesta jornada. À tarde, ainda se formou um "grupo prospector", na demanda de um dos produtos da terra que nesta altura mais abundam: os tartulhos. Para os lados do Vale da Maria, a recolha ainda rendeu ... e vai dar para amanhã levar para Lisboa, já que esta semana no "retiro espiritual" raiano ... terminou.

Ver o álbum de fotos completo
As duas caminhadas principais desta semana raiana