quarta-feira, 22 de junho de 2011

Ronda da Pena de Anamão, em terras de Castro Laboreiro

Ontem chegámos a Lobios, terminada a nossa "aventura" do solstício, no Gerês. Hoje ... deambulei pelo planalto de Castro Laboreiro, em demanda de um percurso viável para fazer com a "família" Caminheira, daqui a pouco mais de um mês, na actividade de verão. Lobios é uma boa base para explorar toda esta zona, de ambos os lados da fronteira. Mas esta ronda por terras de Castro Laboreiro acabou por ser uma caminhada a solo; a minha valente acompanhante ... preferiu descansar, em Lobios ... e recarregar baterias para as "aventuras" que nos esperam em Somiedo!

22.06.2011 - Miradouro do Gerês / Xurés, na estrada Entrimo - Castro Laboreiro
Assim, pouco depois das oito da manhã, saí do "Lusitano" rumo a Entrimo e à fronteira da Ameixoeira. A ideia original era uma caminhada circular baseada no "trilho castrejo", um dos diversos trilhos marcados daquelas terras "perdidas" no NW do Parque Nacional da Peneda-Gerês e de Portugal. Castro Laboreiro seria o ponto de início e fim da caminhada, mas agora, nesta prospecção, eu podia começá-la na aldeia de Curveira, na estrada entre a fronteira e a vila. E em boa hora o fiz...!

Aldeia de Curveira (Castro Laboreiro), 9h:25 - Vai começar a "Ronda de Anamão"
Um belo exemplar de Castro Laboreiro
E atravesso a aldeia de Curveira
Rocha do Bico do Patelo, sobre o vale da Curveira
Após uma pequena descida para a ribeira da Curveira, o trilho sobe a bom subir, ganhando rapidamente uma perspectiva quase aérea sobre a zona a sul de Castro Laboreiro, até ao Alto das Manguelas, a 1050 metros de altitude. Depois, entro num mundo completamente rural, onde pessoas e gado se misturam na lavoura das pequenas parcelas de terra que se me deparam. Inflectindo agora completamente para SE, começa a surgir no horizonte a silhueta enorme da Pena de Anamão, silhueta que, à distância, eu já conhecia até da grande caminhada das Sombras, em Outubro passado.

Alto das Manguelas (1052m alt.): panorâmica sobre a Curveira e a zona a SE de Castro Laboreiro
Mundo rural...! Por trás, começa a surgir a Pena de Anamão
Aqui trabalham-se os campos!
Pena de Anamão, face norte
No cruzeiro de Anamão
Panorâmica para sul: ao fundo ... o Gerês!
O "monstro" de Anamão
A Pena de Anamão é um monolito granítico que se vislumbra de quase todo o território de Castro Laboreiro e do Gerês luso-galaico. Tendo possivelmente vestígios de cultura castreja, deu mais tarde origem à edificação de uma pequena Ermida, a sul do Cruzeiro de Anamão. Embora não muito longe, a Ermida ficava contudo fora da rota. Do cruzeiro segui para as aldeias de Seara e Padrosouro, através de belas panorâmicas do planalto castrejo.

Elementos naturais
Aldeia de Seara
A caminho da aldeia de Seara
Depois de Padrosouro, o trilho desce entre muros de pedra, sempre com belas panorâmicas. A Pena de Anamão continua altaneira, vigiando o horizonte. Um troço de alcatrão faz-me voltar atrás, procurando um velho trilho que a carta assinala. E encontro-o; com os Caminheiros, desceremos esse velho trilho até à ponte de Cainheiras, outra aldeia "perdida" no planalto de Castro Laboreiro.

Entre Padrosouro e Cainheiras, vou-me afastando do Anamão
Ponte de Cainheiras
Por esta altura começo a abandonar a ideia de fazer o trilho castrejo completo, com o grupo. Não sendo difícil, o percurso já feito apresenta contudo a grande subida entre Curveira e o Alto das Manguelas; e o resto não é propriamente fácil para alguns elementos do grupo, além de que em Castro Laboreiro também convém ter algum tempo de visita. A caminhada, no próximo mês, pode portanto terminar na aldeia de Bico, abaixo de Cainheiras, ou então mantê-la circular ... se encontrar um caminho entre Bico e Curveira sem ser pela estrada. À procura dessa hipótese, atravessei a aldeia de Bico ... onde não vi vivalma. Sem trilho mas em terreno bom, fui-me aproximando de Curveira, a leste da estrada ... mas quando o declive se acentuou a vegetação também aumentou substancialmente. E foi através de um denso emaranhado vegetal que cheguei às proximidades da aldeia ... onde ainda havia uns muros para saltar! Decididamente ... para o mês que vem não será por ali... J!

E, por montes e vales, desço da aldeia de Bico para a de Curveira; o caminho por enquanto ainda era transitável...
E depois desta pequena "aventura", o carro lá estava à minha espera, em Curveira. Ainda fui a Castro Laboreiro e ao seu castelo, visitando no caminho a simpática tartaruga de rocha que ali jaz há milénios. Regressado a Lobios ... postei as fotografias no Picasa e escrevi estas notas ... que no entanto só serão publicadas quando o "Por fragas e pragas..." chegar à actualidade... L!


Amanhã vamos sair de Lobios e do Gerês ... rumo a outras terras mágicas... J!

1 comentário:

íris disse...

Conheci esta regiao este ano, e fiquei deslumbrada com tanta beleza! Todo aquele planalto é sagrado....voltarei um dia,nem que seja pelas minhas cinzas, que escolhi aí serem derramadas!